Em média, 2 motoristas são autuados por dirigir sob efeito de álcool por dia em Santa Maria

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Tiago Coutinho (Diário)
No feriadão de Carnaval, fiscalização é reforçada nas rodovias 

Em época de feriadão de Carnaval, umas das preocupações no trânsito é a combinação - proibida por lei - de bebida e volante. Apesar da intensificação no trabalho dos órgãos de segurança, o número de motoristas autuados por essa infração é alto na cidade. Em 2019, segundo dados do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran), 802 pessoas foram autuadas por dirigir sob efeito de álcool em Santa Maria. O número compreende abordagens feitas nas ruas e rodovias da cidade e considera autuações a motoristas que passaram pelo bafômetro ou que se recusaram a fazer o teste. Isso tudo corresponde a uma média de 2 motoristas multados por dia ao longo do ano passado.

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Outro dado que chama atenção é o perfil desses motoristas: 89,9% deles são homens. Apesar de o número de condutoras no Estado ser praticamente a metade do que de motoristas homens, a proporção de pessoas habilitadas, por gênero, não corresponde ao perfil de quem é flagrado dirigindo sob efeito de álcool.

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Quanto à faixa etária, é dos 21 aos 25 anos o maior número de condutores habilitados, seguido por 25 a 30 anos. Esse dado também destoa da proporção, já que, dos 5 milhões de motoristas gaúchos, 422 mil têm de 21 a 25 anos de idade, o que corresponde a 8,4% do total.

- Muitas vezes, ao meu ver, é um pouco de inconsequência, de acreditar na sua invencibilidade e de que nada pode acontecer, especialmente situações trágicas. Então, me parece ser necessário mostrar e demonstrar o potencial de risco que está associado em beber e dirigir - aponta Carlos Félix, doutor em Mobilidade Urbana e professor na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 

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Dirigir sob influência de álcool é uma infração gravíssima. O condutor autuado por isso levará 7 pontos na carteira e multa no valor de R$ 2.934,70. Ele ainda terá a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida e poderá responder a um processo, que pode determinar a suspensão do direito de dirigir. Se o motorista se recusar a fazer o teste do bafômetro, a sanção é a mesma. Se passar pelo teste e o resultado for a partir de 0,34 ml/ L, a pessoa poderá ser levada para a delegacia. 

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FLAGRADOS NO BALADA SEGURA 
Das 802 autuações registradas em Santa Maria, 258 ocorreram em blitze do Balada Segura, programa do município retomado em abril do ano passado. Santa Maria é uma das 35 cidades do Estado que aderiram ao programa que objetiva coibir a prática de beber e dirigir. As abordagens ocorrem semanalmente, sempre no período da noite e da madrugada e em locais estratégicos que possam ser rota de festas na cidade. Neste ano, pelo menos 51 condutores já foram autuados pela prática. 

- A Balada Segura se torna educativa, porque os motoristas precisam ter em mente que além da vida deles, ao dirigir sob efeito de álcool, eles colocam em risco a vida de terceiros. Desde que retomamos, em abril do ano passado, registramos uma redução de número de mortes no trânsito. Em 2018, Santa Maria estava em terceiro lugar em números de mortes e, em 2019, terminou em sexto - analisa Roberto Schoch de Almeida, superintendente de transporte e de trânsito em Santa Maria.

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De 38 edições do programa em 2019, somente em duas nenhum motorista foi autuado por dirigir sob influência de álcool. Nas outras 36 abordagens, houve pelo menos uma autuação. 

EDUCAÇÃO COMO FERRAMENTA
Pedagogo e consultor de trânsito, José Milton Mendes de Paula aponta que o Código Brasileiro de Trânsito prevê, desde 1978, a educação para o trânsito no ensino fundamental, médio e superior. Além disso não ser praticado como deveria, ele sustenta que o exemplo vivido em casa é o mais importante na formação dos futuros condutores: 

- Às vezes, a criança aprende na escola que é proibido passar o sinal vermelho, que o uso do cinto de segurança é obrigatório, que tem que parar na faixa de pedestres. Mas acontece da criança não ver o pai ou a mãe praticando isso, e é esse exemplo que é fundamental - comenta o professor. 

Ele acredita que se esses exemplos não funcionam, o empenho dos órgãos fiscalizadores nas abordagens acaba sendo uma ferramente apenas punitiva, não de cunho educativo. 

FISCALIZAÇÃO 
Durante o feriadão de Carnaval, agentes rodoviários intensificam as fiscalizações em rodovias federais e estaduais. A ideia é reforçar a segurança em trechos onde as estatísticas apontam maior índice de acidentes:

- As situações mais recorrentes de infrações por excesso de álcool acontecem após a meia-noite, em função das festas e eventos. Dirigir embriagado é uma questão cultural, e cabe a nós combatermos. Para o feriadão de Carnaval, pretendemos evitar muitos acidentes através da nossa operação - revela o comandante do pelotão da Polícia Rodoviária Estadual de Santa Maria, Cláudio Orlandi.